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Teorias da verdade

Por Samir Gorsky (baseado em DANCY, Jonanthan e ROSA, Ernest (orgs.). A companion to epistemology. Blackwell Companions to Philosophy.)

1. Introdução

Entender uma sentença é saber em quais circunstâncias ela será considerada verdadeira daí a importância das teorias da verdade para a epistemologia, em lógica um raciocínio é considerado válido quando preserva a verdade contida nas hipóteses, pronunciamentos morais são avaliados a partir de um conceito objetivo de verdade e assim por diante.

A antiga tese que assegura que a verdade seja uma correspondência entre o discurso e a realidade carece de uma articulação satisfatória. Algumas propriedades das crenças verdadeiras são compartilhadas. Crenças verdadeiras devem ser coerentes entre si, úteis (pragmática), verificáveis (em certos contextos).

A partir do século xx houve uma tendência na filosofia de não se considerar a verdade como sendo uma propriedade e sim a forma sintática do predicado.

2. Teorias tradicionais

2.1. Teoria da correspondência (formalizada por Tarski).

A sentença “a neve é branca” é verdadeira sse (se, e somente se) a neve é branca

A primeira ocorrência de “a neve é branca” está entre aspas, pois indica o nome da proposição. A segunda sentença se refere ao fato. A verdade, portanto, é a correspondência entre a linguagem e o fato (Austin, 1950 e Wittgenstein, 1922).

Os problemas referentes à teoria da correspondência são os seguintes: como é possível determinar o que é um fato? Como um fato pode corresponder a uma sentença?

2.1.1. Picture Theory

A picture theory de Wittgenstein é considerada uma boa tentativa de descrever a estrutura desta correspondência. Nesta teoria uma proposição elementar é uma organização de termos; um fato atômico é uma organização de objetos simples; a correspondência é feita entre proposições elementares e fatos atômicos e isso acontece quando suas configurações são idênticas. Neste caso os termos da proposição se referem aos objetos dos fatos e estes estão situados em lugares similares. Os valores de verdade das proposições complexas são funções dos valores de verdade das proposições simples. Todavia, mesmo que estas considerações estivessem totalmente corretas, seria necessário ainda teorias que dessem conta das proposições elementares, das configurações lógicas e da referência e estas teorias não são construtos simples.


2.2. Teorias verificacionistas

2.2.1. Teoria coerentista

Uma das principais características das teorias da verdade é que elas devem sustentar que quando uma sentença preenche adequadamente as suas condições de prova (verificabilidade ou demonstrabilidade), então ela deverá ser considerada verdadeira.

Problemas sobre a maneira correta de ser fazer a correspondência entre a sentença e o fato fazem com que certos teóricos identifiquem a verificabilidade e a verdade (Peirce, 1932). Essa idéia tomou várias formas. Uma delas parte da concepção holística de verificação, isto é, uma crença é justificada (verificada) quando faz parte de um sistema inteiro de crenças coerentes e harmoniosas entre si (Bradley, 1914 e Hempel, 1935). Assim, dizer que uma proposição é verdadeira é o mesmo que dizer que ela pode ser verificada por um procedimento adequado (Dummett, 1978; Putnam, 1981). Em matemática, esta noção identifica a verdade com a provabilidade.

Em resumo, as teorias verificacionistas tratam a verdade do ponto de vista de sua verificação e isto torna esta teoria um tanto mais simples do que a teoria da correspondência. Há, contudo, problemas a serem superados. Primeiramente parece que não há de fato a possibilidade de verificação de uma proposição somente através de sua coerência com as demais. No máximo o que se pode lucrar com tais teorias é a possibilidade de atestar proposições falsas. Uma outra dificuldade que aparece é que não havendo referência a mundo, a teoria acaba por “patinar no vazio”. A simples coerência é eleita como critério de verdade e, portanto, não há dados para se fazerem correspondências.

2.3. Teorias pragmáticas (pragmatism)

A terceira teoria da verdade é conhecida como pragmática (James, 1909; Papineau, 1987). Tal como a teoria verificacionista, a pragmatista leva em conta uma propriedade da verdade como critério último de definição da verdade. Para os pragmatistas a verdade é dada como base para boas ações. A verdade fornece subsídios para que existam certos resultados esperados das ações. Crenças verdadeiras tendem a promover o sucesso de quem as tem.

3. Teorias deflacionárias

As teorias tradicionais reconhecem que o axioma acerca do critério de verdade é insuficiente para a compreensão do conceito. O axioma aqui referido é o tradicional “a neve é branca” é verdadeira sse a neve é branca. Portanto tais teorias (tradicionais) inflacionam de alguma forma o conceito de verdade para darem conta de sua estrutura, e isso acontece, por exemplo, quando é dada a seguinte forma para que uma sentença P seja considerada verdadeira: “P é verdadeira se, e somente se, P tem a propriedade T” (esta propriedade T é portanto uma correspondência com a realidade, ou a sua verificabilidade, ou servir de fundamento para uma ação). Alguma alternativas mais radicais tentam eliminar essas características adicionais da verdade (Ramsey, 1927; Strawson, 1950; Quine, 1990) e por isso recebem a denominação de Teorias deflacionárias da verdade.

Bibliografia 1

DANCY, Jonanthan e ROSA, Ernest (orgs.). A companion to epistemology. Blackwell Companions to Philosophy. Blackwell Publishing Ltd. Oxford, UK e Malden, Massachusetts 02148, USA. 1993

Bibliografia 2

Austin, J.L.: 'Truth', Proceedings of the Aristotelian Society supp. vol. 24 (1950)

Bradley, F.H.: Essays on Truth and Reality (Oxford: Clarendon Press, 1914).

Davidson, D.: Truth and meaning', Synthese 17 (1967),

Davidson, D.: 'True to the facts', Journal of Philosophy 66 (1969),

Davidson, D.: 'Truth and meaning', Synthese 17 (1967),

Davidson, D.: 'The structure and content of truth', Journal of Philosophy 87 (1990),

Dummett, M.: Truth and Other Enigmas (Oxford: Clarendon Press, 1978).

Hempel, C.: 'On the logical positivist's theory of truth', Analysis 2 (1935),

Horwich, P.G.: Truth (Oxford: Blackwell, 1990).

James, W.: The Meaning of Truth (New York: Longmans Green, 1909).

Kripke, S.: 'Outline of a theory of truth', Journal of Philosophy 72 (1975)

Papineau, D.: Reality and Representation (Oxford: Blackwell, 1987)

Peirce, C.S.: Collected Papers vols 24 (Cambridge, MA: Harvard University Press, 1932).

Putnam, H.: Reason, Truth and History (Cambridge: Cambridge University Press, 1981).

Quine, W.V.: Pursuit of Truth (Cambridge, MA: Harvard University Press, 1990).

Ramsey, F.: 'Facts and propositions', Proceedings of the Aristotelian Society supp. vol. 7 (1927), 15370.

Strawson, P.: 'Truth', Proceedings of the Aristotelian Society supp. vol. 24 (1950), 12556.

Tarski, A.: 'The semantic conception of truth', Philosophy and Phenomenological Research 4 (1943), 34175.

Wittgenstein, L.: Tractatus Logico-Philosophicus (London: Routledge and Kegan Paul, 1922).

Artigo interessante

http://www.filozof.uni.lodz.pl/bulletin/pdf/12_4_6.pdf

Um enigma sobre a sua própria memória

Por Samir Gorsky

Ninguém a não ser você têm o conhecimento de sua primeira lembrança. Nem mesmo os seus pais ou esposa podem ter o conhecimento disto a não ser que você mesmo o diga. Todas as pessoas possuem (se possuem algum tipo de memória) uma primeira lembrança (ou primeira memória). Diremos que esta é a sua lembrança mais antiga.

O enigma é bastante simples mais não é fácil de ser solucionado e consta da seguinte pergunta:

Qual a data e a hora exata da primeira lembrança de sua vida?

este é um problema que deve possuir uma resposta correta. Você é a única pessoa que seria capaz de respondê-la corretamente, mas acredito que você não será capaz de responde-la corretamente. Portanto acho que este é um problema passível de resolução mas que jamais será resolvido.

Estruturas intelectuais

por Samir Gorsky

Em sua obra Strutures Intellectuelles, Blanché trata da organização sistemática dos conceitos, principalmente com relação às estruturas proposicionais aristotélicas. Apesar do tema ser constantemente estudado, segundo o autor, seu livro “s'embarque sur une Caravelle où la Logique n'avait encore inscrit aucun passager.” Blanché propõe novas estruturas referentes a estes conceitos. Através de certas generalizações dos esquemas de proposições aristotélicas Blanché tenta mostrar que a oposição de proposições sugere uma oposição de conceitos. Do quadrado de oposições é possível construir um hexagono de proposições levando em conta, além de pares de opostor tríades de opostos que forma triângulos de oposição. Portanto podemos considerar que Blanché defende uma estrutura lógica do intelecto. [tentar encontrar puzzles sobre silogismos]. O trabalho se inicia com a problematização sobre uma estrutura essencial. Depois temos uma generalização e a reestruturação das teorias clássicas sobre os pares e quadrados de oposição. O trabalho ainda trata das proposições modais.

Uma outra obra que trata o mesmo tema, porém do ponto de vista epistemológico e não apenas lógico é The architeture of Reason, de Robert Audi. A obra pretende compreender uma teoria da racionalidade que possa englobar a razão prática e a teórica.

Razão prática e razão teórica

A maioria das obras filosóficas tratam de um destes dois ramos da teoria da razão. Há uma certa assimetria no tratamento destas duas vertentes. A razão teórica é mais estudada quando se trata da epistemologia. A razão prática é do âmbito dos estudos éticos. Para a resolução e produção de desafios deve-se ter em mente ambas vertentes. Os problemas dependem tanto de elementos como desejos, intenções e ações que são do campo da razão prática quanto de outros, como crenças, justificações e verdade. Portanto, assim como Audi, defende-se neste trabalho que, mesmo havendo teorias adequadas sobre a razão pratica ou teórica tomadas separadamente é necessário, para o desenvolvimento de uma tese acerca de problemas lógicos e filosóficos, um discurso que as integre.

““But there is another good reason to seek an epistemological informed conception of practical reason. If there is the degree of parity that I find between theoretical and practical reason, then some of problems – and resolutions – that arise in epistemology may bear on practical rationality. If, for instance, there is such parity between rational belief and rational desire, then relative to skepticism about their status, we can perhaps view the latter as no worse off than the former.” Robert Audi – Preface.

O tratamento de problemas gerais nos leva a crer que estes, para serem compreendidos e solucionados, devam ser racionais em algum sentido. A racionalidade aqui citada tem como característica básica a objetividade, pois o problema ou sua solução deve ser descrita em linguagem pública. Um problema deve ser compreendido como tal independente do agente em questão. Mesmo se a solução já seja conhecida, é preciso compreender que um agente que não tenha conhecimento de sua solução deva tomar a situação como problemática.

Grande parte dos enigmas lógicos não permitem interpretações relativistas acerca de seu entendimento e resolução. A racionalidade nestes casos é praticamente absoluta. Ninguém pode colocar em questão um teorema já provado e compreendido como tal. Nestes casos existe apenas a possibilidade de não compreensão da estrutura lógica. Pode-se dizer que não se entendeu o teorema, mas nunca que o teorema foi provado apenas para alguns seres humanos e não para outros.

Com relação à razão envolvendo problemas há uma objetividade singular. Caso não seja possível se compreender o problema, ou seja, o problema não é entendido como tal por nenhum ser humano, então a palavra problema não tem sentido e não foi bem usada. Isso não significa que o problema seja subjetivo, mas sim que é um construto racional e com uma objetividade característica. O problema não precisa ser problema em ato para todos os seres para que assim se observe a sua objetividade. Ela acontece pelo fato do problema ser possível a todos como tal.

Memória

Seja Pedro um indivíduo brasileiro e que de fato existe. Ele acredita que no passado esteve em uma determinada festa e que se lembra de ter escutado uma determinada música. Esta lembrança está aparentemente situada em sua memória. Ao encontrar com alguns amigos que também estavam nesta festa é o questionado sobre esta música ao que Pedro, através de sua memória, consegue identificá-la e pronunciar o seu nome para seus amigos. De fato, os amigos imediatamente concordam com Pedro e passam a também ter em sua memória a música citada. A crença de pedro que está baseada em sua memória é verdadeira. Isto significa que de fato aconteceu uma festa no passado em que ele estava presente e nesta festa foi tocada a música que ele tem em sua memória e que possui exatamente o nome pronunciado aos seus amigos. Este conjunto de proposições que fazem parte das crenças de pedro, porém não são frutos de descobertas ou resultado de inferencias puramente lógicas e de um ávido raciocínio. Elas foram experiênciadas e de alguma forma guardadas em sua consciência sem grande esforço intelectual por parte do agente.

Para o estudo desta seção levaremos em conta uma definição básica de memória, uma vez que não é objetivo atual fazer uma análise pormenor deste conceito. Assim deve-se levar em conta a sua definição, a análise do ato de memória, a fixação e a conservação das lembranças, a evolução das lembranças, o reconhecimento das lembranças, a importância da memória e seu papel na educação intelectual.

A memória é algo que se refere ao passado. O passado pode ser entendido como algo que não existe. Assim seria equivocado definir a memória como a faculdade de reviver o passado. Também é complicado considerar a memória como a faculdade de conservar e evocar conhecimentos adquiridos uma vez que fazer isto é restringir o seu âmbito. Sentimentos, emoções, intenções e desejos não totalmente conceituais podem igualmente ser evocados pela memória, e portanto a memória é capaz de coprrender um universo mais amplo do que apenas aquele que seja da ordem doconhecido.

Levando em conta o argumento acima definiremos memória como faculdade de conservar e evocar os estados de consciência anteriormente experimentados.

Memória como um dos instrumentos intelectuais para produção e resolução problemas e
enigmas lógicos e filosóficos

A principio levantaremos a seguinte questão: qual o papel da memória para a produção e solução dos problemas e enigmas lógicos e filosóficos? Qual o papel ocupado pela memória nas estruturas destes problemas e enigmas?

Platão sugere que a memória tenha um papel fundamental na resolução de certos problemas como podemos observar em seu diálogo Fédon. Neste texto, um escravo é convidado a resolver uma determinada questão envolvendo quadrados. A princípio o escravo não tem conhecimento da teoria que o ajudaria em sua tarefa. Platão defende que a alma antes de nascer entra em contato com as idéias. Depois do nascimento porém as idéias, tal como a alma presenciou antes do nascimento, são “esquecidas” e durante a vida elas passam a ser lembradas progressivamente. A situação descrita por Platão serve para exemplificar a sua teoria. O escravo não deve descobrir a solução, mas apenas relembrá-la, pois já esteve em contato com ela antes de nascer. Todavia é necessário que ele seja ajudado. É neste ponto que Sócrates assumirá o seu papel sendo uma espécie de professor, ou guia, que através de questões apropriadas poderá conduzir o escrevo à sua lembrança.

Ao contrário do pensamento apresentado na obra de Platão, defenderemos que a memória pode exercer um papel de semelhante ao da criação. relembrar uma estrutura ou conceito pode ser análogo ao ato de criá-lo. Em certas circunstâncias, o esforço para trazer à mente um conceito já esquecido é análogo ao de criar tal conceito. Por exemplo, se tentamos relembrar uma música sem que tenhamos mais acesso a informações básicas como autor, nome e época. Neste caso existem duas possibilidade: ou a música é bem conhecida e por isso não teremos qualquer de lembrar sua melodia uma vez que ela jamais fois esquecida. Nos concentremos porém no caso em que as únicas informações que temos é que esta música existi, já tivemos contato com ela e sabemos disso, atualmente não lembramos de sua melodia ou outro elemento musical ou identificador a ela ligado.

Imaginação e Criatividade

Uma definição básica de imaginação a descreve como a "faculdade de conservar, de reproduzir e de combinar as imagens das coisas sensíveis". (JOLIVET 1970, P. 150)

Desta definição pode-se concluir que o objeto da imaginação é aquilo que foi percebido pelos sentidos.

Pode-se dividir a manifestação da imaginação em dois tipos: imaginação reprodutora e imaginação criadora.

A imaginação repredutora, como o próprio nome indica, capacita os seres a reproduzirem estruturas reais sem haver necessáriamente a presença do objeto reproduzido. Assim imagens são evocadas de modo a simularem em algum nível a presença do objeto imaginado. Todavia, sabe-se que as imagens assim reproduzidas não são perfeitamente idênticas àos objetos reais. A mente modifica as estruturas de modo a produzir imagens apenas semelhantes dos objetos representados.

A princípio, esta espécie de imaginação pode se confundir com a memória. Porém algumas diferenças devem ser levadas em conta. A imaginação tem por referência imagens sensíveis em si e não como experiência do passado do agente em questão. Pode-se imaginar algo que não seja experienciado, mas que continua sendo uma reprodução do real. Por exemplo quando se imagina um objeto junto a outro que nunca tenham sido vistos juntos antes.

Já a imaginação criadora consiste em combinar imagens antigas para com elas formar novos conjuntos.

Ela pode ser espontânea ou inconsciente, como a que se dá nos sonhos ou pode ser ativa e refletida, como a que se dá de modo consciente. como exemplo de imaginação ativa e refletida podemos citar o artista que imagina uma nova obra.

A imaginação criadora usa basicamente três tipos de operação: a assiciação, a dissociação e a combinação.

A associação é uma analogia de características, uma comparação oportuna. Uma das habilidades que caracteriza um grande artista é a sua capacidade de associar elementos da natureza que até então não eram percebidos como inassociáveis. Os grandes nomes da história da literatura demonstraram grande facilidade acerca desta aptidão. Estas "descobertas" geram uma grande admiração e perplexidade do público como acontece por exemplo nos seguintes versos que Vitor hugo escreveu sobre a Lua crescente.

"...E a si mesma Ruth, imóvel, se perguntava,
Entreabrindo o olhar sob seus véus,
Qual deus, qual segador que do verão eterno,
Ao partir, por negligência deixaria,
Esta pequena foice de outro no campo dos céus."

"...Et ruth se demandait.
Immobile, ouvrant l'oeil à moitie sous ses voiles,
Quel Dieu, quel moisonneur de l'éternel été.
Avait, en s'en allant, négligemment jeté
Cette faucille d'or dans le champ des étoiles"

Vitor Hugo, Booz endormi. La Légende des siècles (1859)

A dissociação é a separação das partes que compões um todo. Novamente podemos descrever a figura do gênio que é então capaz de dissociar da melhor maneira as partes para que seus objetivos sejam atingidos. como exemplo podemos citar Isaac Newton que dissociou os elementos que compõe o movimento para então analisá-los apropriadamente.

A combinação

A combinação é uma soma. É juntar os elementos antes dissociados e de origens distintas para formar algo novo. As artes liberais se constituem a partir deste processo da imaginação criadora.

As ciências se beneficiam da criação imaginativa, pois grandes hipóteses ciêntíficas são antes do tudo o fruto de uma construção que imagina o funcionamento da natureza conforme um modelo, segundo um plano antecipado, que a experiência deverá posteriormente confirmar ou invalidar.



Referências

AUDI, Robert. The architecture of reason – the estructure and substance of rationality. Oxford university press. Nova Iorque. 2001

AUDI, Robert. Epistemology - a contemporary introduction to the theory of knowledge. Routledge contemporary introduction to philosophy. Routledge, Londres e Nova Iorque. 1998.

BLANCHÉ, Robert. Strutures Intellectuelles – Essai sur l’organisation systématique des concepts. Librairie philosophique J. Vrin. Paris 1969

JOLIVET, Régis. Curso de filosofia. Trad. Eduardo Prado de Mendonça. Livraria Agir, rio de Janeiro 1970.

DNA computer solves logical problems, inches closer to practical use

DNA computer solves logical problems, inches closer to practical use

By Vladislav Savov posted Aug 10th 2009 12:06PM





The world of biomolecular computing is hardly a lonely place: bacteria, enzymes, and all manner of chemicals have already been used to perform basic automated tasks. DNA computers are arguably the most advanced organic form of "autonomous programmable computing devices," with one already boasting a pretty tight game of Tic-Tac-Toe. The latest, put together by the Israeli Weizmann Institute, advances things with its ability to correctly respond to problems of logic. By feeding molecular rules and facts into the system, the researchers are able to program DNA strands to produce yes and no answers to basic questions. Programming is said to be technically identical to that used in electronic devices, with a robot compiler converting the programming language into molecular-level information. The ultimate aim of the project is to produce miniscule disease-fighting bots that can battle infections within the human body -- provided the DNA-programming drones don't go all Yul Brynner on us.

[Thanks, Karl]
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O trabalho

"Quando trabalho, vivo
momentos de angústia, mas quando não trabalho sinto um
tédio sombrio e a consciência me espicaça. A vida de trabalho
não é mais divertida do que a outra, mas pelo menos
não se sente o tempo passar."

Claude Lévi-Strauss

Lévi-strauss, o poder do mito

Morto no sábado 31, em Paris, à véspera de completar 101 anos, Claude Lévi-Strauss foi um dos maiores pensadores do século findo. Concluída a descoberta evolucionista de Charles Darwin, nos anos oitocentos, e tendo Karl Marx esquadrinhado o funcionamento das sociedades industriais, Lévi-Strauss uniu a linguística e a antropologia para detectar as estruturas invisíveis que determinam a vida social. O estruturalismo foi a marca de seu pensamento. Para ele, o real tinha uma construção invisível, que era preciso decifrar.

Nascido em 1908 na Bélgica, de pais franceses de origem judaica, Lévi-Strauss concebeu grandes sínteses intelectuais inspirado no modelo das partituras de música, lembra François Dosse em História do Estruturalismo. Descendente de um bisavô violinista, pai e tios pintores, passou a adolescência pelos antiquários até que a família comprou uma casa nas montanhas de Cévennes. Encantado a ponto de ali fazer caminhadas de quinze horas, ele percebeu que a arte não era mais sua paixão exclusiva. A natureza o acompanhava.

Por trás de um violino bem tocado, Lévi-Strauss compreendia haver o suor matemático, a estrutura de uma combinação de ritmo e sons. Para um fenômeno natural, impunha-se uma explicação ainda mais complexa. Embora inspirado pela arte, ele construiu sistemas lógicos para explicar o mundo da natureza e da cultura. Reivindicava exatidão para as ciências humanas.

As realidades o deixavam inquieto. Leu Marx aos 17 anos, O Capital fascinou-o. Em 1928 foi eleito secretário-geral da Federação dos Estudantes Socialistas. Era um pacifista, mas a guerra chegou à Europa, a sensação de derrota prevaleceu sobre a do engajamento e ele nunca mais pisou no caixote das reivindicações. Nos anos 70, disse ter descoberto ser perigoso “encerrar as realidades políticas no quadro de ideias formais”. Em vez de olhar para o futuro, escolheu investigar o passado, em busca de entender por que nos tornamos o que somos.

Em depoimento ao jornal italiano Corriere Della Sera na quarta-feira 4, Bernard-Henri Lévy, conhecido pela militância no Maio de 68 francês, lembra o grande escritor que havia em Lévi-Strauss, e também o gênio sem o qual pensadores como Michel Foucault, Gilles Deleuze ou Giorgio Agamben jamais existiriam. Mas faz uma ressalva. Ele deixara de vivenciar por inteiro a intelectualidade ao abdicar do direito, quiçá do dever, de intervir pela mudança social.

O raciocínio causa estranhamento, já que a intervenção de Lévi-Strauss em seu tempo fora de outra ordem, holista, unindo várias áreas do saber humano em busca de compreender as organizações sociais. Seus antecessores detectavam em um grupo humano o que lhe era peculiar, não universal. Era um tempo em que as noções de primitivo causavam um interesse espetacular nos modernos, interessados em distinguir suas linhagens daquelas ditas arcaicas. Lévi-Strauss inseriu o selvagem no jogo da civilização e o assemelhou de forma impressionante a todos os outros homens. E este pensamento não seria político também?

Ele estudou filosofia e se tornou apto a ensinar em 1930, “como um zumbi”. Quando, em 1934, o diretor da Escola Normal Superior lhe apresentou a candidatura a professor da nascente Universidade de São Paulo, Lévi-Strauss não hesitou. O diretor Célestin Bouglé lhe dissera que, durante os fins de semana, o filósofo poderia encontrar índios nos subúrbios de São Paulo, algo que já não correspondia à realidade. Aqui chegado, ele observaria a gente comum e a intelectualidade por dois anos, até que, seguro em economias, fosse aos nhambiquaras pela Expedição do Norte, em 1938.

Anos depois, em 1955, ele escreveu Tristes Trópicos para contar essa e muitas outras experiências, num relato de viagem híbrido, que incorporava à narrativa fatos encadeados pelo livre exercício da memória. “Odeio as viagens e os exploradores” são as primeiras palavras de seu livro, monumental pela excelência da escrita, inusual ao fugir das questões antropológicas por ele discutidas naquele momento, envolvendo mito e parentesco. Por muitos anos, essa narrativa foi armazenada nas seções de guias turísticos das livrarias, elas que se habituaram ao exótico como eterna celebração.

“Sua observação do Brasil no livro é muito singular”, crê a doutora em História Social Luciana Murari, autora de Natureza e Cultura no Brasil. “Para os estudiosos da vida intelectual brasileira, Tristes Trópicos reflete, inconscientemente, algumas das percepções que os próprios letrados brasileiros tinham ao deparar com as paisagens lúgubres do interior, a natureza conspurcada, o sentido de comunidade corrompido.”

Ao relembrar o Brasil, o livro deplora as elites intelectuais em passagens nas quais elas se autoproclamam peculiares, enquanto ele as vê típicas. Para Lévi-Strauss, o Brasil esmagado pela inação, pelo desrespeito à sua grandeza primitiva, era único, por exemplo, nas incríveis variações de verde das folhagens de Ubatuba.

Não teria sido feita no Brasil sua revolução intelectual, mas nos Estados Unidos, para onde se mudou, iniciada a perseguição nazista em 1939. Ali foi aconselhado a mudar seu nome para Claude L. Strauss, a fim de evitar a confusão com a marca de calças. “É raríssimo passar-se um ano sem que eu receba, em geral da África, uma encomenda de jeans”, dizia. Ele, que descobrira nas relações de parentesco um padrão de universalidade, encontrou-se no país com outro exilado, Roman Jakobson, que adotara a ideia de sistema para detectar uma regularidade em todas as línguas. Do desenvolvimento conjunto dessas ideias debatidas nasceria a antropologia estrutural, expressão que intitularia seu clássico de 1958.

Durante sua longa vida, Lévi-Strauss suscitou polêmica, e também entusiasmos, a ponto de o treinador da seleção de futebol da França anunciar, nos anos 1960, uma organização estruturalista de sua equipe, a fim de melhorar os resultados. Estruturar saía da academia para ganhar o sentido de desvendar. Mas, se os sábios desvendam, cutucam feridas. Por muitos anos, o intelectual que mais jeans ganhara em vida se viu responsável pela pecha de excessivamente críticos atribuída aos franceses.

Por Roseane Pavan

The remarkable legacy of Claude Levi-Strauss

He died last week, a few days shy of his 101st birthday. He was lauded by statesmen and academics across the world. What made Claude Levi-Strauss one of the most influential thinkers of the twentieth century?

Writing for the New York Review of Books in 1963, Susan Sontag – who was no intellectual slouch herself – placed Claude Levi-Strauss in the company of Jean-Paul Sartre and Andre Malraux when declaring him one of the most interesting intellectual figures in France. It was a comparison Sontag had been obliged to make, because while Sartre and Malraux were by then giant names in transatlantic highbrow society, Levi-Strauss remained all but unknown outside his homeland. His masterpiece, Tristes Tropiques, had become an instant bestseller on publication in France in 1955; the book’s translation into English and its subsequent release in the United States made hardly a dent in the market.

Still, the US – and the rest of the world – eventually caught on. After Levi-Strauss’s death at the age of 100 last week, American newspapers were unanimous in their estimation of his influence. “[No] matter what one thinks of Mr. Levi-Strauss and his theories,” the New York Times observed, “it is hard today to undertake the serious study of anthropology, ethnology, sociology, philosophy or linguistics without at least acknowledging him or trying to debunk him.”

Levi-Strauss, who studied philosophy and law at the Sorbonne in Paris, will probably be remembered best for how he altered Western views of the “primitive”. Much of his work was dedicated to the premise that there is little difference between the thought processes of a so-called “savage” in the Amazon rainforest and, say, a stockbroker on Wall Street. These ideas were developed after Levi-Strauss had left philosophy and law for the full-time study of anthropology, when he was on an extended field trip amongst the indigenous tribes of Brazil. It was also in Brazil that the seeds for his theory of structuralism – the search for common cognitive patterns in all forms of human activity – were sown.

Tristes Tropiques, the book that made Levi-Strauss famous in France, was followed by La Pensee Sauvage (1962) and the four-volume Mythologiques (1971), both of which served to cement his international reputation. But it’s ironically the earlier work that appears to have become synonymous with his legacy. Completed fifteen years after he left Brazil, Triste Tropiques is set against the backdrop of Levi-Strauss’s encounters with four Amazonian tribes – one of which, the Tupi-Kawahib, had never seen a white man before – and is a poetic meditation on everything from spirituality to art and the nature of the modern city. It is a marriage of serious academic inquiry and sensitive literary memoir, an interlacing of the all-encompassing public with the intensely self-reflective private.

In 1963, Susan Sontag was saying something new when she wrote: “Tristes Tropiques is one of the great books of our century. It is rigorous, subtle, and bold in thought. It is beautifully written. And, like all great books, it bears an absolutely personal stamp; it speaks with a human voice.”

Today, less than a week after Levi-Strauss’s death, those sentiments are common knowledge.

By Kevin Bloom

in The Daily Maverick: http://www.thedailymaverick.co.za/article/2009-11-05-The-remarkable-legacy-of-Claude-Levi-Strauss

O incômodo da filosofia

"Um filósofo pensando incomoda muita gente
Um filósofo falando incomoda muito mais"

Samir Gorsky

Problem's Theory

This area of knowledge is being developed by me Samir Gorsky from the generalization of the theory of puzzles.

Puzzle's Theory

The theory of the puzzles (or Puzzle's theory) is the research on the fundamental structures responsible for the emergence and dissolution of the problems and riddles in general. This area of knowledge is being originally developed by me Samir Gorsky since January 2008.

The puzzle's theory involves the following subjects:

Philosophy, Logic, Math, Game Theory, Psychology, Computability

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A realidade e a contradição

Por Samir Gorsky

Ouve-se muito a seguinte expressão "as contradições da realidade" (ver Russell Os problemas de filosofia). A realidade em si não é contraditória, a nossa concepção sobre a realidade é que pode ser. Às vezes as atividades dos seres humanos devem ser guiadas por uma crença no absurdo. O bem e o mal são também conceitos estéticos, pois se concatenam facilmente aos sentimentos ou sensações. Daí a sua não racionalização satisfatória.

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Paradoxo do exame surpresa: argumento cético

Pode-se explicar a falácia do argumento dos alunos no paradoxo do exame surpresa sustentando-se que eles não podem saber, mesmo na quinta feira, se haverá ou não exame na sexta. Este argumento é descrito por Jonathan Dancy no livro Epistemologia contemporânea p. 25. da seguinte maneira:

"O argumento a partir do erro expõe as consequências desta abordagem para a epistemologia. Suponhamos que eu afirmei ontem que sabia que iria chover à tarde, pelos motivos normais (previsão do tempo, ajuntamento de nuvens, etc.), mas que afinal estava enganado. No momento da minha afirmação, o facto de que não ia chover transcendia a evidência, tal como deviam ser todas as afirmações acerca do futuro. E isto quer dizer que, se pelos mesmos motivos eu afirmar hoje que sei que choverá à tarde, devo continuar a declarar que sabia ontem que choveria nesta tarde (a despeito da evidência). Se, por outro lado, abandonar a minha afirmação de ter conhecido ontem, não posso fazer a afirmação de que sei hoje. Pois o único fato que justificaria tal diferença de declaração é um fato que não é acessível; os fatos acerca do tempo que fará à tarde são transcendentes à evidência da manhã. Consequentemente, a minha aceitação de que ontem eu não sabia impede-me de afirmar o conhecimento hoje."

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O que é a filosofia?

Por Samir Gorsky

Newton foi um grande brincalhão... Uma de suas brincadeiras mais interessantes foi a escolha do título de sua principal obra: Princípios Matemáticos da Filosofia Natural. Genial!!! O fato de escolher o termo “filosofia natural” endossou ainda mais a questão da definição do termo “filosofia”.
Em dois dias (de ontem para hoje 23/02/2005) li em três lugares diferentes sentenças referentes à inquietação dos autores em relação à escolha de Newton (um artigo sobre filosofia analítica de François Recanati, um texto sobre o tempo de T. Fraser e agora a pouco um texto de Ivo Korytowski).
De fato podemos questionar se o conteúdo da obra de Newton é realmente filosófico ou não e dada esta questão poderíamos responder que tal título é válido.
Coloquemos então uma outra pergunta a partir da resposta afirmativa à questão da adequação do título da citada obra:
Podemos considerar o conteúdo de tal obra como sendo filosofia ainda nos dias de hoje?
A pergunta acima é equivalente a questão do desenvolvimento da filosofia. O não desenvolvimento filosófico, ou seja, o fato de que a filosofia não anda é uma das visões sobre a filosofia que tem sido muito disseminada. A pergunta, portanto, é equivalente a questão do desenvolvimento filosófico, pois diferentes respostas a ela, leva a diferentes considerações sobre o desenvolvimento filosófico. Com efeito, supondo que algo seja considerado filosofia em uma determinada época e que seja a filosofia algo não “evoluível” teremos então duas possibilidades: 1) A filosofia regride (torna-se mais estrita). 2) O âmbito da filosofia permanece.

De acordo com 2) Léon Brunschvicg (1869 - 1941), notável filósofo do neocriticismo, defendeu em sua obra O idealismo contemporâneo (1905) que não cabe à filosofia aumentar a quantidade do saber, já que esta nada mais é do que a reflexão sobre a qualidade do saber. Todavia, o saber humano está em contínuo desenvolvimento e por esta razão Brunschivicg definiu a história do saber humano como "laboratório da filosofia".

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O PRODUTO DA CRIAÇÃO COMO SOLUÇÃO PARA ALGUM PROBLEMA

Por Samir Gorsky

Esta é a tese: Tudo que é criado resolve algum problema.
Um artista cria uma obra. Que tipo de problema ele quer resolver? Simples. Ele quer resolver o seguinte problema: Como expressar determinado sentimento? Também existe a possibilidade do artista querer causar uma determinada impressão. Neste caso temos: Como causar determinada impressão?
Qual o problema que Deus tentou resolver com a criação do mundo?
Eu acredito que tenha sido o problema do tédio. Tédio esse causado pelo nada profundo de sua existência. Todavia o mundo expressa um nada também. Mas é um nada mais superficial. É um nada, pois não sabemos nada a respeito das intenções de Deus. Apenas fazemos conjecturas. A arte, portanto, é a solução para a angústia da existência. Platão tinha razão quando confabulou que o mundo teria sido produto da arte de algum demiurgo.
Logo, seja para fugir do tédio como para expressar sentimentos ou outras querelas mais práticas, o produto de nossa criação sempre tem como objetivo a solução de algum problema.

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Reflexões e formalizações acerca do paradoxo do exame surpresa

Quarta-feira, 10 de junho de 2009, 17h
Local: Auditório do CLE-UNICAMP

Resumo: Michel Scriven publicou em 1951 no periódico britânico de filosofia Mind um artigo em que descrevia uma determinada situação considerada paradoxal. Este paradoxo ficou conhecido como Paradoxo do Exame Surpresa. O artigo possui a seguinte sentença inicial: "A NEW AND POWERFUL PARADOX has Come to light". Desde sua publicação o artigo rendeu muitas pesquisas e comentários de importantes filósofos. As tentativas de solucionar este enigma (puzzle) são bastante divergentes umas das outras. Isso mostra que o problema relatado é mais complexo do que parece, portanto uma maior atenção deve ser dada a ele tal como O'Connor escreveu em seu artigo "It is worthwhile for philosophers to pay a little more attention to these puzzles than they have done up to now even if their scrutiny does no more than make a little clearer the ways in which ordinary language can limit and mislead us" (O'CONNOR. Pragmatic Paradoxes). O presente seminário tem como objetivo apresentar, discutir e revisar versões, comentários e análises sobre o paradoxo do enforcado ou, como é mais conhecido, o paradoxo do exame surpresa.



Referências:





Chapman JM, Butler RJ. One Quine's so-called paradox. Mind 74 1965 pp. 424-425



Fitch F. A Gödelized formulation of the prediction paradox. American Philosophical Quarterly 1 1964 pp. 161-16



Gardner M. A new prediction paradox. British Journal for the Philosophy of Science 13 1962 p. 51



Gardner, M. The Unexpected Hanging and Other Mathematical Diversions, University Of Chicago Press; Reprint edition; 1991.



O'Connor DJ. Pragmatic Paradoxes. Mind 57 1948 pp. 358-359



O'Connor DJ. Pragmatic paradoxes and fugitive propositions. Mind 60 1951 pp. 536-538



Shaw R. The paradox of the unexpected examination. Mind 67 1958 pp. 382-384

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Algebraic Semantics for modal logics





Por Samir Gorsky

In XX century we had a considerable advance on the understanding of the formal meaning of modalities. The Jónsson, McKinsey and Tarski works in fourties enabled the construction of the results of algebraic completeness for the modal systems. In fifties Kripke proposed a interesting semantic for these systems. Such semantics, today known as possible world's semantics, or Kripke's semantics, caused a great impact in the context of analytical philosophy. Articles written by Lemmon in the decade of 60 are supposed to present a synthesis of these two semantics, the algebraic semantic and the possible world's semantic. One interesting result shown in these articles is that the semantic completeness can be inferred from algebraic results through a central theorem. One of the most surprising and interesting results in the paper of Lemmon is the theorem of representation for modal algebras. This theorem of representation for the modal algebra is as a result the connection between the point of view and algebraic point of view of the semantics of possible worlds (or Kripke's semantics). The initial objective of the present work was to extend this same result for algebraic systems of Class Gmnpq proposed by Lemmon and Scott in the ``Lemmon notes''. We argue that the algebraic semantic for modal logic can serve as a basis for answers to the various criticisms directed to the development of modal logic. We'll show, finally, that the algebraic semantics, as a semantics that does not use the concept of possible worlds, may be deemed useful by supporters of modal antirealism.


References



[Carnielli e Coniglio 2003] CARNIELLI, Walter Alexandre; CONIGLIO, M. E. Splitting Logics. In: Serguei Artemov; Howard Barringer; Artur Garcez; Luis Lamb; John Woods. (Org.). We Will Show Them! Essays in Honour of Dov Gabbay. 1 ed. Londres: College Publications, 2005, v. 1, p. 389-414.


[Carnielli e Pizzi 2000] CARNIELLI, A. e PIZZI, C. Modalitá e Multimodalitá, (Milão 2000).


[Goldblatt 1976] GOLDBLATT. R.I.. Metamathematics of modal logic. Reports on Mathematical. Logic, 6:4177, 1976.


[Halmos 1955] HALMOS. P.R. Algebraic logic. Compositio Mathematica, 12:217249, 1955.


[Kripke 1959a] KRIPKE. Saul A. Semantic analysis of modal logic (abstract). The Journal of Symbolic Logic, 24:323324, 1959.


[Kripke 1959b] KRIPKE. Saul A. A completeness theorem in modal logic. The Journal of Symbolic Logic, 24:114, 1959.


[Kripke 1963] KRIPKE. Saul A. Semantical analysis of modal logic I. Normal modal prepositional calculi. Zeitschrift für Mathematische Logik und Grundlagen der Mathematik, 9:6796, 1963.


[Lemmon 1960] LEMMON, E. J. Extension Algebra and the Modal System T. In Notre Dame Journal of Formal Logic, Vol. 1 (1960), pp. 3-12.


[Lemmon 1966] LEMMON, E. J. Algebraic semantics for modal logics I and II. The Journal of symbolic logic. Vol. 31, Number 1, June 1965. Volume 31, Number 2, June 1966.


[Lemmon 1977] LEMMON. E. J. An Introduction to Modal Logic, volume 11 of American Philosophical Quarterly Monograph Series. Basil Blackwell, Oxford, 1977. Written in collaboration with Dana Scott. Edited by Krister Segerberg.


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Foto ontológica


Bertrand Russell sentado em protesto junto ao "committee of 100". (Contra as armas nucleares)




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Nova página pessoal

http://samirgorsky.vilabol.uol.com.br/index.htm

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Obituary: Peter Alexander

A philosopher focused on how we perceive and explain the world

Andrew Pyle
The Guardian, Tuesday 9 May 2006
Article history

Fonte: http://www.guardian.co.uk/news/2006/may/09/guardianobituaries.highereducation

For a quarter of a century, the philosopher Professor Peter Alexander, who has died aged 89, did outstanding work at Bristol University, both as a teacher and a researcher. While his interests were varied, he focused on two particular aspects of how we apprehend the world.
His first major concern was the nature of scientific explanation. The prevailing orthodoxy in the philosophy of science of the 1950s and 60s was logical positivism, a school that derived its account of science from the sensationalism of Ernst Mach. Such philosophers either rejected explanation outright as a goal for science, arguing that it offers only an economical redescription of the phenomena, or sought to explain explanation as no more than deduction from established empirical generalisations, as in the famous "deductive-nomological" model of Carl Hempel.
Alexander sought both to understand the sources of this conception of science and to show its inadequacy. He wrote a series of important articles (on Duhem, Hertz, Mach, Pearson, Poincaré, conventionalism and sensationalism) for Paul Edwards' great Encyclopedia of Philosophy (1967) and contributed a chapter on Philosophy of Science, 1850-1910, to DJ O'Connor's History of Western Philosophy (1964).
In his first book, Sensationalism and Scientific Explanation (1963), Alexander attacked the sensationalist's account of science as failing to do justice to the crucial explanatory role played by theory (and thus very often by the postulation of unobservable theoretical entities) in scientific explanations worthy of the name. Alexander's work thus made a contribution to the decline of the positivist orthodoxy in the philosophy of science and its replacement by the doctrines of scientific realism, in which inference to the best explanation plays a crucial role.
In the 1970s, Alexander's attention turned to the philosophy of John Locke. At that time, a strange parody of Locke's views (largely derived from George Berkeley's often unfair criticisms) was taught to students, who were left with the impression that Locke held an inconsistent and muddled sort of semi-empiricism, hardly worthy of serious philosophical engagement. Returning to the text of Locke's Essay Concerning Human Understanding, Alexander became convinced that Locke's views on many topics had been seriously misrepresented, and were far more coherent and defensible than generally reported. In a series of important papers Alexander proceeded to set the record straight.
On the distinction between primary and secondary qualities, Locke is generally represented as having characterised such qualities as red, hot and sweet as secondary qualities. When they turn out to be subjective or perceiver-dependent ("in the mind", in Berkeley's notorious phrase), we have the beginnings of a slippery slope argument leading to idealism. But, Alexander reminded us, Locke consistently distinguishes qualities in bodies from ideas in the minds of perceivers. Red, hot and sweet are mind-dependent, and are therefore not secondary qualities but ideas of secondary qualities.
The secondary qualities themselves are perfectly objective powers in bodies to cause those sensations in appropriate observers. The powers are themselves grounded in objective "textures" (arrangements of corpuscles) in the bodies. This reading of Locke both sets him in his proper historical context (as a contemporary of Robert Boyle and Isaac Newton) and enables us to see the close affiliation between his views and those of later scientific realists. This argument is most fully presented in the book Ideas, Qualities and Corpuscles: Locke and Boyle on the External World (1985), now accepted as a classic in its field.
Alexander was born in Ashford, Middlesex, but was raised in Canada, returning to England in 1932 as a cabin boy on the SS Romanby. After working for some years as a laboratory assistant and assistant chemist in the food industry, he took a BSc in chemistry with physics in 1940 from the Regent Street Polytechnic, London (now part of the University of Westminster). In 1947 he graduated with a BA in special philosophy from Birkbeck College, London, before getting his first academic post in 1949 at Leeds University. In 1957 he moved to Bristol, where he was lecturer (1957-60), reader (1960-71) and professor (1971-82). He was treasurer of the Mind Association (1964-70), president of the Aristotelian Society (1984-85) and president of the British Society for the Philosophy of Science (1987-89).
In addition to his major works, Alexander wrote on a variety of other subjects: logic and humour (eg in Lewis Carroll), absolute versus relational theories of space, the nature of explanation in Freudian psychoanalytic theory, and the significance of utopian thinking in political philosophy.
Alexander was a superb teacher, both as lecturer and as tutor and supervisor. His undergraduate lectures worked on the "iceberg principle", always giving the impression of a vast reserve of learning beneath what was on public display. But it was as a postgraduate superviser that he came into his own. He read everything twice, carefully, making meticulous comments not just on content but also on grammar and presentation. He possessed, in very large measure, the rare quality of intellectual conscience, a concern for truth and accuracy that brooked no compromises. He would think nothing of spending two hours with a postgraduate student poring over the pages of Locke or Boyle -before heading off for a well-earned pint of real ale in the senior common room.
Outside philosophy, what else mattered to him? Music, beyond any doubt, was an important part of his life. His wife Caryl, who died in 1996, was a clarinetist and music teacher; his son Meyrick became a professional musician. Beneath his somewhat reserved manner, he had a great love of wit and humour, puns and paradoxes. He admired both the literary craft and the psychological insight of Henry James. And he was a devotee of real ale even before Camra came to prominence, never travelling to a conference without his Real Ale Guide.
After retiring in 1984, he remained philosophically active, giving his last formal paper at the Centre Nationale des Recherches Scientifiques in Paris in 2004, and submitting his last article to Locke Studies in 2005.
· Peter Alexander, philosopher, born January 2 1917; died March 15 2006

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Sobre o ser e o não ser

Por Samir Gorsky

Ao optar pela existência de algo não excluímos o nada. O nada fura o existente e se põe positivamente no meio do ser. O não ser está mesclado ao ser quando algo é tomado como existente. Todavia o mesmo não acontece quando o não ser é afirmado. O nada impera e o ser passa a não ter sentido. De qualquer forma o não ser é insuperável. O nada estará no mundo não importanto se o mundo existe ou não.

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Sobre o "existir"







Por Samir Gorsky

Estou a pensar em uma mesa. Abro os olhos e vejo a mesa em minha frente. Constato, portanto, que pensei em algo que existe. Toco a mesa e descubro que não é uma alucinação visual. Fecho os olhos novamente, penso na mesa e me vem uma dúvida. Será que a mesa que estou a acessar em meus pensamentos é a mesma mesa que vejo quando abro os meus olhos. Provavelmente não. É possível que meus pensamentos só consigam acessar uma mesa muito parecida com a mesa real e que a mesa que eu acesso pelos pensamentos nem exista. Eu não penso a mesa e sim a representação da mesa. Neste caso a representação da mesa, enquanto pensamento, existe ou não? Sim. A representação é evidente em meu pensamento. Qual critério usei para determinar a existência tanto de meus pensamento quanto de minhas sensações?
Se for o caso posso optar pela negativa se disser que a mesa em minha frente não existe e que só existe um fenômeno de mesa, uma representação sensível ou mental de mesa. Posso ainda ser mais radical e dizer que não existem nem mesa nem representações de quaisquer espécies. Esta posição me parece insustentável se não for possível aceitar a existência de pelo menos um objeto ou conceito ou o que quer que seja. A não existência do tudo é inconcebível e irracional, pois significa que eu não escrevi um texto e que você não o está lendo. Portanto temos que postular a existência de pelo menos um objeto (conceito, pensamento, etc.).
Dada a existência de pelo menos um “objeto” podemos continuar a pensar o que é existir.
Existir pode ser refletir o objeto que existe necessariamente (deus me livre de estar me referindo a deus neste momento). O objeto necessariamente existente pode não ser deus. Este objeto causa a existência dos demais num sentido lógico. Postular a sua existência não é dar a sua prova, mas sim dar a condição de existência do discurso aqui presente.
É "possível" que o nada seja tudo. É possível também que o nada seja a única coisa que realmente existe. Pense como que o tempo parece nadificar todas as coisas...Grifei o termo possivelmente. Logo não estou me posicionando concretamente. Se o nada é tudo, então você não está lendo este texto pois ele nem existe. O tempo nos mostra isto. O presente é a unica coisa existente. O futuro não existe ainda. O passado não existe mais. Mas o presente é a passagem do futuro para o passado. A passagem do que não existe ainda para o que não existe mais. O presente é ainda um instante infinitamente pequeno e fugaz. Um nada entre dois nadas. (ver Agostinho, Confissões acho que cap. 11)

O ponto é que....o nada absoluto só tem sentido se o texto aqui presente não existir. Porém, estou lendo algo e, portanto não posso conceber o nada absoluto. Talvez o leitor e o texto seja uma só realidade. Podemos ainda sustentar o nada relativo. Ou mesmo negar o presente texto. A posição mais radical exclui toda a filosofia possível. É até possível uma posição mais radical. O nada é tudo. Então toda verdade só poderá ser expressa pelo "silêncio". "Do que não se pode falar deve-se calar".Neste caso eu não penso em mesa alguma, eu não vejo nem constato mesa alguma. Eu nem se quer posso existir. Quanto mais escrever um texto sobre a existência. Se eu não existo você provavelmente não existe. Somos parte do nada absoluto. Nadificar o mundo é inconcebível. Todavia é tão real quanto coisificá-lo. A opção é de cada um e a grande maioria das pessoas coisificam o mundo sem nem se quer se questionar. Não sabem que o coisificam. E jamais verão que existe liberdade de escolha. Tudo ou nada é questão de escolha.


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Tipos de Conhecimento

Por Samir Gorsky

Existem duas espécies de conhecimento. O processual e o classificatório. O conhecimento processual é caracterizado como resultado do raciocínio e da criatividade. É o entendimento e a criação de processos. O classificatório e baseado na memória e na percepção. É o entendimento orgânico e estático. Esta divisão do conhecimento em duas espécies é abstrata e ideal. Os exemplos reais de cada espécie apresentam apenas um predomínio de um ou de outro tipo. Para exercer a classificação sobre um conjunto de objetos é necessário que o sujeito entenda certos processo. O raciocínio neste caso é o aparato dinâmico. É o conhecimento dinâmico para objetos ou conceitos dinâmicos. A nomeação e organização é da ordem do classificatório. A criatividade também possui características predominantemente dinâmicas. Porém as estruturas gerais do raciocínio e da criatividade podem ser compreendidas a partir da nomeação, classificação e memorização. O desenvolvimento, em termos de conhecimento, ou seja, a aprendizagem se dá de maneira gradual, dialética e do simples para o complexo a partir das duas espécies de conhecimento. As duas espécies conhecimento desempenham importantes papeis na aprendizagem, e portanto, não é possível o conhecimento sem a presença de ambas. O conhecimento classificatório se dá pelo reconhecimento de semelhanças e diferenças entre os objetos. A disposição e escolha dos nomes dos conjuntos de objetos classificados são também produtos da criatividade. A criatividade, por sua vez, é a faculdade que necessita do maior número de faculdades da mente humana. Ela é tão dinâmica quanto a filosofia e a linguagem. O conhecimento processual-classificatório é um conhecimento algorítmico organizado. A criatividade é o processo dual da aprendizagem. Uma pessoa que possui um conhecimento apenas processual é como uma pessoa com transtorno de Asperger que consegue fazer cálculos astronômicos sem saber explicar como estes são feitos.

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Anselmo e a existência de Deus

Por Samir Gorsky

Anselmo, filósofo medieval, errou em seu argumento sobre a existência de Deus não somente por considerar que a existência efetiva participa da idéia de perfeição, mas também porque não notou que, se existe o conceito de imperfeição, então Deus deve possuí-la de forma perfeita.

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