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Logos, Informação e Realidade

Quando se enuncia o termo realidade, o que é referenciado de fato é uma teoria
sobre a realidade. Apesar de toda intenção em falar da realidade mesma e não de uma teoria, a realidade não pode ser definida apenas nesta esfera da linguagem que é a linguagem verbal. Nem mesmo parte da realidade pode ser assim determinada. Não podemos falar a realidade (ou o ser), todavia ainda não se deve calar sobre este assunto. É somente pela significação
de nossos termos ou elementos linguísticos-verbais (de sua forma e conteúdo) que podemos concluir que a realidade não se reduz apenas ao que pode ser descrito pela linguagem conceitual. Contudo, a linguagem não é vazia de conteúdo real. Sua semântica, construída cultural-historicamente guarda uma grande quantidade de informação acerca da experiência de
realidade. Pode-se refletir assim que a linguagem conceitual é uma memória cultural e individual com razoável teor estatístico-semântico acerca da totalidade de experiências conscientes culturais e individuais. O objetivo de tamanha construção é obter um ``espelho ideal'' da physis, ou pelo menos de suas estruturas básicas.
A civilização é conduzida neste percurso (leito) linguístico-conceitual de tal forma que qualquer outro ser que não ``fale'' ou compreenda o(s) núcleo(s) lógico(s) da(s) teoria(s) linguística(s) da(s) realidade(s) vigente(s), não poderá participar de nenhum ``jogo'' conceitual-comunicativo com qualquer outro ser racional no sentido desta
comunidade (civilização).

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