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DNA computer solves logical problems, inches closer to practical use

DNA computer solves logical problems, inches closer to practical use

By Vladislav Savov posted Aug 10th 2009 12:06PM





The world of biomolecular computing is hardly a lonely place: bacteria, enzymes, and all manner of chemicals have already been used to perform basic automated tasks. DNA computers are arguably the most advanced organic form of "autonomous programmable computing devices," with one already boasting a pretty tight game of Tic-Tac-Toe. The latest, put together by the Israeli Weizmann Institute, advances things with its ability to correctly respond to problems of logic. By feeding molecular rules and facts into the system, the researchers are able to program DNA strands to produce yes and no answers to basic questions. Programming is said to be technically identical to that used in electronic devices, with a robot compiler converting the programming language into molecular-level information. The ultimate aim of the project is to produce miniscule disease-fighting bots that can battle infections within the human body -- provided the DNA-programming drones don't go all Yul Brynner on us.

[Thanks, Karl]
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O trabalho

"Quando trabalho, vivo
momentos de angústia, mas quando não trabalho sinto um
tédio sombrio e a consciência me espicaça. A vida de trabalho
não é mais divertida do que a outra, mas pelo menos
não se sente o tempo passar."

Claude Lévi-Strauss

Lévi-strauss, o poder do mito

Morto no sábado 31, em Paris, à véspera de completar 101 anos, Claude Lévi-Strauss foi um dos maiores pensadores do século findo. Concluída a descoberta evolucionista de Charles Darwin, nos anos oitocentos, e tendo Karl Marx esquadrinhado o funcionamento das sociedades industriais, Lévi-Strauss uniu a linguística e a antropologia para detectar as estruturas invisíveis que determinam a vida social. O estruturalismo foi a marca de seu pensamento. Para ele, o real tinha uma construção invisível, que era preciso decifrar.

Nascido em 1908 na Bélgica, de pais franceses de origem judaica, Lévi-Strauss concebeu grandes sínteses intelectuais inspirado no modelo das partituras de música, lembra François Dosse em História do Estruturalismo. Descendente de um bisavô violinista, pai e tios pintores, passou a adolescência pelos antiquários até que a família comprou uma casa nas montanhas de Cévennes. Encantado a ponto de ali fazer caminhadas de quinze horas, ele percebeu que a arte não era mais sua paixão exclusiva. A natureza o acompanhava.

Por trás de um violino bem tocado, Lévi-Strauss compreendia haver o suor matemático, a estrutura de uma combinação de ritmo e sons. Para um fenômeno natural, impunha-se uma explicação ainda mais complexa. Embora inspirado pela arte, ele construiu sistemas lógicos para explicar o mundo da natureza e da cultura. Reivindicava exatidão para as ciências humanas.

As realidades o deixavam inquieto. Leu Marx aos 17 anos, O Capital fascinou-o. Em 1928 foi eleito secretário-geral da Federação dos Estudantes Socialistas. Era um pacifista, mas a guerra chegou à Europa, a sensação de derrota prevaleceu sobre a do engajamento e ele nunca mais pisou no caixote das reivindicações. Nos anos 70, disse ter descoberto ser perigoso “encerrar as realidades políticas no quadro de ideias formais”. Em vez de olhar para o futuro, escolheu investigar o passado, em busca de entender por que nos tornamos o que somos.

Em depoimento ao jornal italiano Corriere Della Sera na quarta-feira 4, Bernard-Henri Lévy, conhecido pela militância no Maio de 68 francês, lembra o grande escritor que havia em Lévi-Strauss, e também o gênio sem o qual pensadores como Michel Foucault, Gilles Deleuze ou Giorgio Agamben jamais existiriam. Mas faz uma ressalva. Ele deixara de vivenciar por inteiro a intelectualidade ao abdicar do direito, quiçá do dever, de intervir pela mudança social.

O raciocínio causa estranhamento, já que a intervenção de Lévi-Strauss em seu tempo fora de outra ordem, holista, unindo várias áreas do saber humano em busca de compreender as organizações sociais. Seus antecessores detectavam em um grupo humano o que lhe era peculiar, não universal. Era um tempo em que as noções de primitivo causavam um interesse espetacular nos modernos, interessados em distinguir suas linhagens daquelas ditas arcaicas. Lévi-Strauss inseriu o selvagem no jogo da civilização e o assemelhou de forma impressionante a todos os outros homens. E este pensamento não seria político também?

Ele estudou filosofia e se tornou apto a ensinar em 1930, “como um zumbi”. Quando, em 1934, o diretor da Escola Normal Superior lhe apresentou a candidatura a professor da nascente Universidade de São Paulo, Lévi-Strauss não hesitou. O diretor Célestin Bouglé lhe dissera que, durante os fins de semana, o filósofo poderia encontrar índios nos subúrbios de São Paulo, algo que já não correspondia à realidade. Aqui chegado, ele observaria a gente comum e a intelectualidade por dois anos, até que, seguro em economias, fosse aos nhambiquaras pela Expedição do Norte, em 1938.

Anos depois, em 1955, ele escreveu Tristes Trópicos para contar essa e muitas outras experiências, num relato de viagem híbrido, que incorporava à narrativa fatos encadeados pelo livre exercício da memória. “Odeio as viagens e os exploradores” são as primeiras palavras de seu livro, monumental pela excelência da escrita, inusual ao fugir das questões antropológicas por ele discutidas naquele momento, envolvendo mito e parentesco. Por muitos anos, essa narrativa foi armazenada nas seções de guias turísticos das livrarias, elas que se habituaram ao exótico como eterna celebração.

“Sua observação do Brasil no livro é muito singular”, crê a doutora em História Social Luciana Murari, autora de Natureza e Cultura no Brasil. “Para os estudiosos da vida intelectual brasileira, Tristes Trópicos reflete, inconscientemente, algumas das percepções que os próprios letrados brasileiros tinham ao deparar com as paisagens lúgubres do interior, a natureza conspurcada, o sentido de comunidade corrompido.”

Ao relembrar o Brasil, o livro deplora as elites intelectuais em passagens nas quais elas se autoproclamam peculiares, enquanto ele as vê típicas. Para Lévi-Strauss, o Brasil esmagado pela inação, pelo desrespeito à sua grandeza primitiva, era único, por exemplo, nas incríveis variações de verde das folhagens de Ubatuba.

Não teria sido feita no Brasil sua revolução intelectual, mas nos Estados Unidos, para onde se mudou, iniciada a perseguição nazista em 1939. Ali foi aconselhado a mudar seu nome para Claude L. Strauss, a fim de evitar a confusão com a marca de calças. “É raríssimo passar-se um ano sem que eu receba, em geral da África, uma encomenda de jeans”, dizia. Ele, que descobrira nas relações de parentesco um padrão de universalidade, encontrou-se no país com outro exilado, Roman Jakobson, que adotara a ideia de sistema para detectar uma regularidade em todas as línguas. Do desenvolvimento conjunto dessas ideias debatidas nasceria a antropologia estrutural, expressão que intitularia seu clássico de 1958.

Durante sua longa vida, Lévi-Strauss suscitou polêmica, e também entusiasmos, a ponto de o treinador da seleção de futebol da França anunciar, nos anos 1960, uma organização estruturalista de sua equipe, a fim de melhorar os resultados. Estruturar saía da academia para ganhar o sentido de desvendar. Mas, se os sábios desvendam, cutucam feridas. Por muitos anos, o intelectual que mais jeans ganhara em vida se viu responsável pela pecha de excessivamente críticos atribuída aos franceses.

Por Roseane Pavan

The remarkable legacy of Claude Levi-Strauss

He died last week, a few days shy of his 101st birthday. He was lauded by statesmen and academics across the world. What made Claude Levi-Strauss one of the most influential thinkers of the twentieth century?

Writing for the New York Review of Books in 1963, Susan Sontag – who was no intellectual slouch herself – placed Claude Levi-Strauss in the company of Jean-Paul Sartre and Andre Malraux when declaring him one of the most interesting intellectual figures in France. It was a comparison Sontag had been obliged to make, because while Sartre and Malraux were by then giant names in transatlantic highbrow society, Levi-Strauss remained all but unknown outside his homeland. His masterpiece, Tristes Tropiques, had become an instant bestseller on publication in France in 1955; the book’s translation into English and its subsequent release in the United States made hardly a dent in the market.

Still, the US – and the rest of the world – eventually caught on. After Levi-Strauss’s death at the age of 100 last week, American newspapers were unanimous in their estimation of his influence. “[No] matter what one thinks of Mr. Levi-Strauss and his theories,” the New York Times observed, “it is hard today to undertake the serious study of anthropology, ethnology, sociology, philosophy or linguistics without at least acknowledging him or trying to debunk him.”

Levi-Strauss, who studied philosophy and law at the Sorbonne in Paris, will probably be remembered best for how he altered Western views of the “primitive”. Much of his work was dedicated to the premise that there is little difference between the thought processes of a so-called “savage” in the Amazon rainforest and, say, a stockbroker on Wall Street. These ideas were developed after Levi-Strauss had left philosophy and law for the full-time study of anthropology, when he was on an extended field trip amongst the indigenous tribes of Brazil. It was also in Brazil that the seeds for his theory of structuralism – the search for common cognitive patterns in all forms of human activity – were sown.

Tristes Tropiques, the book that made Levi-Strauss famous in France, was followed by La Pensee Sauvage (1962) and the four-volume Mythologiques (1971), both of which served to cement his international reputation. But it’s ironically the earlier work that appears to have become synonymous with his legacy. Completed fifteen years after he left Brazil, Triste Tropiques is set against the backdrop of Levi-Strauss’s encounters with four Amazonian tribes – one of which, the Tupi-Kawahib, had never seen a white man before – and is a poetic meditation on everything from spirituality to art and the nature of the modern city. It is a marriage of serious academic inquiry and sensitive literary memoir, an interlacing of the all-encompassing public with the intensely self-reflective private.

In 1963, Susan Sontag was saying something new when she wrote: “Tristes Tropiques is one of the great books of our century. It is rigorous, subtle, and bold in thought. It is beautifully written. And, like all great books, it bears an absolutely personal stamp; it speaks with a human voice.”

Today, less than a week after Levi-Strauss’s death, those sentiments are common knowledge.

By Kevin Bloom

in The Daily Maverick: http://www.thedailymaverick.co.za/article/2009-11-05-The-remarkable-legacy-of-Claude-Levi-Strauss
 
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